quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Cuidado, Rodar Pouco Estraga o Motor!

A publicitária Fernanda Pereira mora pertinho do seu trabalho na capital paulista. Entre ida e volta, o percurso não chega a seis quilômetros. Mesmo assim, ela prefere ir dirigindo. Recentemente, começou a ouvir uns barulhinhos estranhos em seu carro e, quando soube do diagnóstico, teve a desagradável surpresa: o motor estava com problemas devido ao uso restrito. Fernanda tirou pessoalmente a prova de que rodar pouco estraga a motorização, não é apenas um mito.

Para saber quem corre o mesmo risco, antes é preciso conhecer o que se entende por rodar pouco. “O que prejudica são os trajetos curtos, que fazem com que o motor não atinja sua temperatura ideal de trabalho. Quando a gasolina não aquece totalmente, ela forma uma camada preta, uma incrustação que dificulta a refrigeração. O motor que trabalha em temperatura mais baixa carboniza mais”, explica o professor de engenharia mecânica da Fundação Educacional Inaciana (FEI), Silvio Sumioshi.

Deixar o carro parado por muito tempo pode danificar o motor (Foto: Shutterstock)
Integrante do Centro de Engenharia Automotiva da Poli-USP, o também professor universitário Marcelo Alves ressalta que pode haver fadiga prematura de algumas peças e do próprio propulsor. “Ao rodar percursos muitos curtos, e por pouco tempo, o motor não atinge a condição ideal de funcionamento. Isso pode ser prejudicial por conta de fadiga prematura de alguns componentes. A má aplicação do motor pode fazer com que ele trabalhe mais próximo do seu limite de projeto por um tempo maior, o que faz com que a vida útil seja reduzida”, comenta. Alves afirma ser difícil quantificar a quilometragem ou o tempo necessários para evitar esse desgaste do motor. Já Sumioshi acredita que, de maneira geral, é preciso rodar aproximadamente dez quilômetros. “É o mínimo para evitar danos ao motor, principalmente no inverno, quando ele demora mais para aquecer”, complementa.
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Mas se você é do tipo que deixa o carro parado por muitos dias, não precisa se preocupar. A não ser que o veículo fique encostado por meses. “Deixar o veículo parado durante meses, sem nenhum uso, mantido sempre desligado, também é prejudicial, pois muitas das peças de borracha e polímeros tendem a se degradar. Assim, mangueiras e vedações podem romper e, com o vazamento de água ou óleo, o motor pode ser danificado. Combustível e lubrificante também estragam e o seu uso nessa condição faz o motor falhar”, ensina o professor da Poli-USP.

A dica neste caso é ligar o carro com certa frequência; mas é preciso mantê-lo ligado por um bom tempo. “Não adianta deixar só dois ou três minutinhos ligado, pois isso só piora o problema, entrando na questão de não aquecer direito”, lembra Sumioshi. E, quando for colocar o motor para funcionar, não se esqueça de verificar se algum fluido vazou. Caso tenha ocorrido vazamento, o ideal é consultar o mecânico. Não havendo vazamentos, é importante ter alguns cuidados ao ligar o motor. O lubrificante estará praticamente todo decantado no cárter. A sugestão, nesse caso, é acionar o motor de partida sem que o veículo funcione –, isso faz com que o óleo seja bombeado para todas as partes do motor. Nunca se deve acelerar fundo nessa situação, nem sair forçando o motor.

Agora, se o seu problema é utilizar o carro pouquíssimos quilômetros por dia, o professor da FEI recomenda tentar fazer percursos mais longos. Ou, então, deixar o carro em casa quando for apenas até a padaria próxima de casa, por exemplo.

Sumioshi recomenda ainda abastecer com gasolina aditivada e usar produtos específicos para a limpeza do motor. “O aditivo da gasolina ajuda a reduzir a carbonização e a limpar a tubulação e os injetores. Para que o combustível aditivado cumpra esse papel, dê preferência para grandes distribuidoras e marcas conhecidas. Esses produtos que misturam na gasolina para a limpeza do motor também são eficientes”, afirma. Levar o carro ao mecânico para uma limpeza profissional também é uma das recomendações do especialista.



Fonte: Revista Auto Esporte - acesse AQUI
por LUCIANA MATTIUSSI GUILHERME SILVEIRA (EDIÇÃO)

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